É impressão minha ou todo mundo está ansioso? Talvez você também sinta isso…
Redes sociais, mundo globalizado, acesso à informação, vidas corridas, comparação externa, competitividade do mercado, objetivos financeiros… Muitos são os FATORES que geram ansiedade em nossa carreira.
Vamos descobrir como lidar com essa emoção na nossa carreira e avaliar se é hora de fazer uma mudança profissional!
Como age a ansiedade no cérebro?
Descubra a utilidade da ansiedade no trabalho
A ansiedade é um mecanismo de proteção que decorre da capacidade do nosso cérebro de prever o futuro.
Essa capacidade é essencial do ponto de vista coletivo, já que se tornou uma vantagem competitiva para nossa espécie; e também do ponto de vista individual, considerando que precisamos nos antecipar a certos cenários para viver melhor.
Talvez você se pergunte: por que PREVER CENÁRIOS é tão útil assim? Porque nos possibilita criar estratégias de precaução contra ameaças. É a chamada “pré-ocupação”: se ocupar previamente de algum problema.
Essa preocupação é extremamente útil, caso você direcione seus esforços para resolver ou minimizar esse possível problema.
- Se você tem um prazo para um projeto, precisa de pré-ocupar definir como irá alcançá-lo.
- Se você tem um problema com sua chefe, precisa se pré-ocupar em conversar com ela.
- Se você tem uma meta de vendas, precisa se pré-ocupar em divulgar seu serviço.
A partir dessa pré-ocupação, você vai, de fato, AGIR, e desempenhar sua melhor performance.
Mas, quando usada de forma disfuncional, a previsão de cenários pode gerar uma ansiedade disfuncional, perder a sua utilidade e dificultar nossa vida.
- Imaginar cenários catastróficos
- Ignorar perspectivas otimistas
- Desperdiçar tempo e energia mental
- Paralisar diante dos possíveis desafios
Você se identifica?
Esses padrões são comuns ao que chamamos de “cérebro hipervigilante”, ou seja, mais sensível às adversidades e sempre alerta ao que pode dar errado. É doloroso, cansativo e irracional viver (e trabalhar) assim.
Como lidar com a ansiedade?
Perguntas para gerir a ansiedade no trabalho
- Usar inteligência emocional para separar os medos realistas dos medos irrealistas e direcionar seu pensamento.
- Quais ameaças são reais e quais são imaginárias?
- Qual risco é verdadeiro e qual é exagerado?
- Com o que, de fato, preciso me preocupar?
- Desenvolver o otimismo que, como qualquer outra habilidade, pode ser treinada.
- Qual é o outro lado dessa situação?
- Se isso não der errado, como pode dar certo?
- Como uma pessoa otimista iria reagir?
Desafios X Habilidades
De onde vem a ansiedade no trabalho?
Uma das situações mais comuns em que a ansiedade se apresenta em nossa carreira é quando acreditamos que os DESAFIOS que estamos enfrentando são maiores que as HABILIDADES que possuímos.
Resumindo: sua ansiedade te diz que você não se considera capaz de lidar com os perrengues que sua carreira te coloca.
Esse padrão pode ser uma consequência das suas crenças de identidade ou crenças de capacidade.
- As crenças de identidade são aquelas que você tem sobre si mesma, aquilo que você pensa que você é. Por exemplo, você pode se considerar forte ou fraca, feia ou bonita, inteligente ou limitada, etc.
- As crenças de capacidade são aquelas que você tem sobre aquilo que você é ou não capaz de fazer.
- Quando nos sentimos incapazes de lidar com os problemas que à vida nos propõe, ignoramos todas as nossas superações. Muitas vezes, só tomamos consciência da nossa capacidade de superar certas dificuldades depois que passamos por elas.
- Por isso te proponho o seguinte exercício: liste o maior número de situações e momentos difíceis que você conseguiu superar, ainda que considere pequenas superações. Assim, sempre que se sentir incapaz ou desmotivada você poderá consultar a sua lista de superações e recarregar as energias para continuar sua jornada.
É hora de mudar?
O termômetro da ansiedade no trabalho
Como está seu nível de satisfação com a sua carreira? A sua satisfação pode ser sentida como um termômetro. As queixas, perrengues, dias ruins, questionamentos sobre o trabalho, etc. vão subindo a temperatura desse termômetro, se você não fizer NADA para mudar, uma hora esse termômetro explode.
Todo mundo reclama do trabalho de vez em quando, é verdade. Então, se isso acontece pontualmente não é um fator preocupante na sua carreira. Contudo, caso a insatisfação e as reclamações tenham se tornado um padrão no seu dia a dia, elas merecem uma atenção especial.
- Caderno da Carreira
Para investigar a sua satisfação, caso ainda não tenha certeza sobre ela, pratique a escrita terapêutica no seu Caderno da Carreira. Utilize ele como uma espécie de diário, anotando especialmente as situações vivenciadas no trabalho.
Ao longo dos dias você pode perceber alguns padrões, o que faz você se sentir bem ou mal. Conseguimos organizar melhor as nossas ideias no papel, assim, muito do que te deixa confusa na cabeça, à medida que você escreve, vai tomando forma.
A ideia é que você pratique o hábito de compartilhar seus pensamentos no Caderno da Carreira e, à medida que o tempo for passando, você conseguirá fazer reflexões mais profundas e chegar a conclusões mais embasadas sobre você e sobre o seu trabalho.
- Ciclo da Insatisfação
Pessoas insatisfeitas com o trabalho tendem a entrar no Ciclo da Insatisfação. Este consiste em um padrão comportamental em que a pessoa insatisfeita reclama do seu trabalho, pensa em fazer uma mudança na carreira, depois acredita que pensa que a mudança vai ser trágica, por isso, posterga a mudança e quando menos percebe voltou a reclamar.
Se você reconhece esse ciclo, isto é um sinal de alerta.
- Limiar Emocional
O limiar emocional é o nosso limite, ou seja, o momento que você sente que não consegue mais aguentar determinada situação. Você sente que já entregou tudo que podia entregar e, assim, sente a necessidade de mudar.
Cada pessoa possui o seu limiar emocional, pessoas com limiar emocional mais alto toleram maior grau de insatisfação e vice versa. O ideal seria ter um equilíbrio entre o ímpeto da mudança e a resiliência, mas na prática isso não acontece com tanta frequência.
Medo de mudar
A ansiedade na hora de uma mudança de carreira
Realizar uma mudança demanda muita energia cerebral, pois dá medo, precisa de planejamento, precisa arriscar, tem que bancar o peso das suas decisões. Por isso, o nosso cérebro é avesso a mudanças.
Para o nosso cérebro será favorável mudar apenas quando se manter na situação atual for ainda mais custoso, mas se você espera até esse momento é porque racionalmente já passou da hora de mudar.
O nosso cérebro sempre vai evitar o desconhecido. Se você tem duas opções e uma delas você tem menos informação, o seu cérebro vai sempre escolher a opção sobre a qual ele tem mais informação.
Segundo o Paradoxo de Ellsberg, ainda que a alternativa desconhecida tenha potencial para ser melhor que a opção conhecida, teremos a tendência de escolher a opção conhecida, apenas para evitar que seu cérebro tenha que lidar com novas informações.
Qualquer mudança gera muita resistência do nosso cérebro. Sendo assim, devemos estar atentos aos nossos pensamentos, buscando evitar que o nosso cérebro tome todas as decisões baseado apenas na resistência à mudança e na sua aversão ao desconhecido.
Qual tipo de mudança a sua carreira pede?
Mudança pequena, média ou grande.
- Mudança pequena:
- Tendemos a menosprezar mudanças pequenas, pois acreditamos que elas não farão grande diferença, mas pequenas mudanças podem fazer diferença relevante na sua carreira, como retomar sua motivação e senso de progresso. Exemplos:
- Assumir responsabilidade. Ex: oferecer ajuda a um colega, assim você poderá desenvolver novas habilidades com atividades diferentes das suas
- Rever acordos e rotinas, seja à respeito da sua função ou à respeito da forma que você está executando seu trabalho. Ex: negociar um dia de home office.
- Estabelecer metas mais desafiadoras. Talvez a própria empresa já não cobre tanto de você ou você se desestimulou. Novos desafios mudarão o seu perfil comportamental, você vai correr mais atrás, vai precisar ser mais criativa ou mais executora e isso pode ser a mudança que você precisava.
- Mudança média:
- Se um ajuste não for suficiente para sua insatisfação de carreira, você vai planejar uma mudança média. Exemplos:
- Fazer uma capacitação, especialização, estudo – a gente cria a ilusão que temos que “terminar os estudos”, como se fosse possível parar de estudar em algum momento. O estudo e atualização constantes são essenciais para um bom profissional.
- Buscar posições em outro segmento – mudanças dentro da sua própria área, mas com uma mudança de atuação. Ex: uma fisioterapeuta que deixa de trabalhar em um escritório para trabalhar em uma clínica.
- Empreender na mesma área – você consegue aproveitar seu background.
- Questione, quais são as mudanças médias que eu posso executar?
- Mudança grande
- A famosa transição de carreira. Exemplos:
- Empreender em nova área – mudança de contexto e de técnica.
- Atuar em nova profissão – Ex: engenheira que faz formação em astrologia e passa a fazer mapa astral.
- Fazer segunda graduação, algumas profissões exigem uma segunda graduação para que você possa exercê-la.
Se você concluir que é hora de mudar na sua carreira, recomendo a leitura desse artigo sobre planejamento: leia aqui.